Dra. Regina Carla Gagliardi de Freitas
Médica Veterinária
Especialista em reprodução animal
Consultora em ovinocultura e caprinocultura

 

Atualmente o rebanho ovino e caprino de corte brasileiro está em franca expansão, devido ao potencial mercado de consumo interno, que ainda depende das importações de carne ovina de países como a Nova Zelândia , Austrália e Uruguai e da real oportunidade de exportação de carne caprina para os Países Árabes.

Diante desta realidade, vamos abordar uma das técnicas de manejo reprodutivo para um ótimo aproveitamento do rebanho.

A monta controlada é hoje a prática mais eficiente e, ainda assim, menos utilizada nos rebanhos nacionais. Consiste em deixar o reprodutor separado das matrizes durante o dia, deixando-os juntos apenas com as fêmeas no cio durante a noite.

As matrizes deverão ser separadas em lotes de até 50 animais, em piquetes que contenham um rufião vasectomizado. Este rufião terá sua maçã do peito tingida com uma mistura de pó xadrez e óleo. Ao final do dia, quando as matrizes retornam ao curral para dormirem, um funcionário fará a inspeção dos animais, procurando fêmeas marcadas com a tinta do rufião e que consequentemente estão no cio, aceitando a monta.
Estas fêmeas terão seus números de identificação anotados e serão levadas ao reprodutor, para passarem a noite com ele. Deve-se obedecer a proporção de 7 fêmeas em cio para cada reprodutor, por noite.O reprodutor, por sua vez , também deverá ter sua maçã de peito tingida, porém usando-se cor diferente da usada no rufião.Ao amanhecer, as fêmeas que tiverem a marca da tinta do reprodutor, deverão ter seus números de identificação anotados como cobertas daquele reprodutor especificamente e separadas num lote de fêmeas cobertas, para posterior confirmação da prenhêz, que poderá ser realizada por nova rufiação,após 17 ou 21 dias( 17para ovelhas e 21 para cabras) ou por Doppler, após 25 dias ou ultrassonografia, após 20 dias.

As vantagens da monta controlada são: maior aproveitamento do reprodutor, sem desgastá-lo com a rufiação, (pode-se emprenhar até 210 fêmeas por mês, utilizando –se um único reprodutor, no caso de uso de cio natural), controle do dia da cobertura de cada matriz e conseqüente previsão da data dos partos, melhor controle zootécnico, possibilidade dautilização de cio natural ou sincronização de cio das matrizes para homogeinização do lote de cordeiros e cabritos, identificação de fêmeas para descarte que não tenham emprenhado em dois ciclos seguidos com registro de cobertura, pode ser usado em sistemas de criação semi-intensivos e intensivos.

Quando o reprodutor fica solto direto com as fêmeas no pasto (Monta Livre Natural), não temos como fazer as escriturações das datas de cobertura e nem temos como prever as datas dos partos, a quantidade de fêmeas para cada reprodutor será de 25 a 50 fêmeas, além do desgaste do mesmo que deixará de comer para rufiar epode cobrir uma mesma fêmea, mais de uma vez , o que resulta em gasto de energia e baixa concentração espermática e consequentemente, baixa taxa de prenhêz

A monta controlada é um manejo reprodutivo que dispensa grandes investimentos, organiza sua criação e lhe trará aumento na produtividade.