ESCRITURAÇÃO ZOOTÉCNICA
ESCRITURAÇÃO ZOOTÉCNICA

Durante muitos anos a criação de ovinos e caprinos foi classificada como atividade secundária pelos produtores rurais. Partindo dessa perspectiva, não se criou hábito de realizar as devidas anotações referentes à situação dos rebanhos e aos manejos realizados com os mesmos.

A ausência de dados produtivos dos segmentos da exploração e sua errônea interpretação, não permitem estimar corretamente a rentabilidade e a lucratividade da atividade dentro da propriedade, gerando muitas vezes dúvidas quanto a sua auto-suficiência. Assim, a falta de informação aliada aos erros de manejo e a desorganização da cadeia produtiva, contribuiu ao lento progresso dessas atividades no decorrer dos anos.

Entretanto, com o constatado desenvolvimento tecnológico e produtivo, e com o potencial aumento do consumo de carne pela população, em especial de carne ovina, torna-se cada vez mais necessário que os sistemas de produção se comportem de maneira mais eficiente, para que a demanda seja atendida e as criações se tornem mais competitivas no cenário da pecuária nacional.

A escrituração zootécnica nada mais é que anotações referentes aos animais e tudo que lhes diz respeito. Trata-se do levantamento de dados de campo, através dos quais é possível que sejam estabelecidos os índices zootécnicos, fundamentais durante o processo de tomada de decisão na gestão pecuária. Em cabanhas, onde o produto da atividade é a venda de matrizes e reprodutores, a correta e efetiva realização da escrituração zootécnica da propriedade é essencial inclusive no momento do registro dos animais, sendo para algumas associações, pré-requisito no regulamento do serviço de registro genealógico das raças.

Os índices zootécnicos se relacionam diretamente à capacidade administrativa dos criadores e técnicos. A observação desses índices, quando corretamente inferidos, permite que seja obtida uma visão geral do comportamento dos diversos itens da exploração pecuária.

Por exemplo, baixos índices produtivos podem ocorrer principalmente devido a problemas nutricionais, falhas no manejo sanitário e reprodutivo, retardo no crescimento, suplementação mineral errônea, entre outros. Dessa forma, com a informação nas mãos se tornam mais fáceis a identificação dos pontos fracos e a busca por soluções.

As anotações de controle parasitológico do rebanho também são interessantes, pois possibilitam o estabelecimento do controle adequado do uso de antiparasitários, reduzindo as vermifugações aleatórias e os gastos excessivos. Além desses benefícios, o correto controle parasitológico permite a seleção de animais resistentes a verminoses no rebanho.

A coleta dos dados no dia-a-dia deve ser de fácil execução e ocorrer de forma organizada. Para atender a esses requisitos é necessária a utilização de um método eficaz de identificação individual dos animais.

Para tal, podemos citar os convencionais brincos auriculares, os colares, as tatuagens e os mais recentes bólus intrarruminais. A escolha pelo método irá depender do sistema de produção e da viabilidade econômica em cada propriedade.


Quanto à realização das anotações propriamente dita, pode-se fazer uso de livros para escrituração zootécnica, planilhas impressas separadamente ou mesmo em caderno de rascunhos. Vale ressaltar, que é sempre importante que se tome a precaução de passar os dados para um computador o quanto antes possível, assim evitamos perdas de informações ou equívocos com datas e procedimentos. Aconselhamos também realizar "backup" das informações mensalmente e, quando possível, elaborar relatórios de manejo e mantê-los impressos em arquivos.

Adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações Rural Pecuária (2011-08-04)

 

http://www.caprilvirtual.com.br/noticias3p.php?recordID=1505