Plantel de Minas Gerais tem 220 mil animais

Plantel de Minas Gerais tem 220 mil animais

 

A demanda por carne de cordeiro vem registrando incremento nos três últimos anos. Entre 2005 e 2007 o aumento estimado foi de quase 60%. No país, o consumo médio anual saltou de 500 gramas para 800 gramas por habitante. Esse incremento pode ser atribuído à busca dos consumidores por alimentos mais saudáveis e em função da valorização da gastronomia fina.

Para a presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite/Accomig), Aurora Gouveia, o aumento foi considerável, mas o consumo ainda é inexpressivo quando comparado a outras carnes. "No país, por ano, cada habitante consome em média cerca de 30 quilos tanto de carne de boi quanto de frango e, aproximadamente, 15 quilos de carne suína", destacou.

De acordo com a dirigente, para este exercício a previsão é que ocorra manutenção de consumo uma vez que a produção não é suficiente e deve ser estimulada. "Este é um setor que ainda não possui números detalhados pois ocorrem muitos abates artesanais. Em muitos dos casos a venda da carne de cordeiro é feita para amigos, vizinhos e parentes, não podendo ser quantificada", explicou.

Minas Gerais conta com cerca de 220 mil animais, sendo cerca de 50% desse montante formado por matrizes que estão distribuídas entre um grande número de viveiros de pequenos criadores. Segundo Aurora Gouveia, a média de cordeiros por propriedade é de 90 animais, os quais geram um volume de 70 cordeiros anualmente, com a produção muito distribuída.

No Estado, dois frigoríficos atuam no abate deste animal, mas a grande dificuldade é conseguir comprar animais para manter a regularidade de oferta. A capacidade de abate dos frigoríficos é de aproximadamente 6 mil animais por mês, mas para que isso ocorresse seriam necessárias 100 mil matrizes para suprir a demanda. "Existem animais mas, por estarem muito espalhados, muitas vezes não chegam até os abatedouros", salientou.

O quilo vivo da carne de cordeiro está em torno de R$ 3 que, segundo a dirigente, trata-se de um valor considerado satisfatório pois acompanha os preços da carne que é importada, principalmente, do Uruguai, Austrália e Nova Zelândia. "O que falta nesse mercado é interesse por parte dos criadores. Apoiamos esse segmento com cursos para novos empreendedores e criadores estabelecidos que querem aumentar o rabanho", afirmou.

De acordo com Aurora Gouveia, a maior parte da criação de cordeiros está localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. Mas também existem criatórios no Vale do Jequitinhonha/Mucuri e Norte de Minas, com destaque para o crescimento em Barbacena (Zona da Mata Mineira), salientou.

Queijos finos - Existem cerca de 1,2 mil criadores no Estado e o principal mercado demandante deste produto é São Paulo, em função da cultura alimentar. "Minas é uma bacia leiteira, cujo produto é destinado para a produção de queijos finos para o consumo tanto no Estado quanto em São Paulo e no Rio de Janeiro. O produtor recebe cerca de R$ 1,30 por litro, o qual que chega ao consumidor por R$ 2,20. Por sua vez, o quilo de queijo fica entre R$ 25 e R$ 35", explicou.

Para quem pretende investir, trata-se de um bom negócio, mas antes tem que buscar informação e visitar criações para definir o modelo de negócio de acordo com a região de criação. "Outra ferramenta de trabalho da associação é apoiar, dando suporte a formação de núcleos regionais", destacou a dirigente.

 

 

 

VEÍCULO: DIÁRIO DO COMÉRCIO

DATA: 06/09/2008