Demanda por carne de Cordeiro vai subir

Demanda por carne de cordeiro vai subir

 

A demanda por carne de cordeiro registra incremento entre 30% e 40% no final de ano em Minas Gerais. Em função da alta na procura, os preços do produto registram reajustes entre 10% e 20% no Estado, afirmou a presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite/Accomig), Aurora Gouveia. De acordo com a dirigente, os produtores mineiros conseguem se preparar bem para atender a demanda crescente do período festivo.

Segundo Aurora Gouveia, o incremento no consumo pode ser atribuído à tradição de consumir carne de cordeiro no final de ano, muito utilizada em ceias. Por sua vez, o segmento, que estava mantendo os preços desde o mesmo período do ano anterior em cerca de R$ 3,50 o quilo vivo para os produtores, deverá reajustar o valor a partir do final de novembro, salientou.

Para enfrentar a demanda crescente da época, os produtores programam o nascimento dos animais entre junho e julho para, no final do ano, entrar no processo de abate. "A preparação específica é para manter a oferta, atendendo de forma adequada à demanda pela carne. Em função disso, os criadores controlam o acasalamento dos animais visando o final do ano", explicou.

Leite e queijo - Além da comercialização da carne, o segmento encontra um mercado de leite estável, com o litro do leite de cabra sendo comercializado a R$ 2,50. De acordo com Aurora Gouveia, além da venda de leite os criadores também utilizam o leite para a produção de queijos finos. "A associação apresentou uma proposta para a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), visando um beneficiamento adequado do leite de cabra no Estado", salientou.

De acordo com a dirigente, o Projeto Leite Legal busca fornecer normas sanitárias estaduais para pequenos produtores, para que eles possam comercializar o produto de forma legalizada e em menor volume em Minas Gerais. "Assim que conseguirmos aprovação do projeto, faremos mais divulgação dos produtos visando incrementar o consumo dos produtos de caprinos e ovinos", destacou.

A criação de caprinos e ovinos em Minas é mais forte na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e em cidades próximas à Capital, com destaque para Florestal, Divinópolis, Contagem, Itabirito e Betim, que estão muito ligadas ao turismo rural ou ao consumo nas grandes cidades. Também existem bacias leiteiras em Juiz de Fora, Muriaé e Ubá (Zona da Mata), além de Poços de Caldas, São Lourenço, Alfenas e São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, que fornecem leite para consumo no Estado.

Com cerca de 250 mil caprinos e 500 mil ovinos no Estado, a presidente da Caprileite/Accomig destacou que o número do rebanho mineiro é estável, com Minas Gerais sendo considerado um Estado vendedor por comercializar animais para o Nordeste do país. "Nossa expectativa é que, com a legislação estadual aprovada, teremos avanço do pequeno produtor, que é a maioria na atividade no Estado", afirmou.

Há cerca de 1,8 mil produtores em Minas Gerais, segundo dados do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). "Nosso maior objetivo é fortalecer e organizar a produção regional, uma vez que tanto os caprinos quanto os ovinos são animais com alta produtividade que não oferecem custos altos e contam com produtos bem remunerados no mercado", apontou Aurora Gouveia.

 

 

 

Veículo: Diário do comércio

Data:19-11-2008